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Tabelinha com o Barba – Passagem de Tite pelo Corinthians vira livro

O jornalista fotográfico Daniel Augusto Jr. lançou nesta segunda-feira  “Obrigado Tite – As cinco pontas de uma estrela”, o oitavo livro desde que se tornou o fotógrafo oficial do Corinthians, em 2008, quando passou a acompanhar o time profissional nos treinos, viagens e jogos.

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Capa do Livro “Obrigado, Tite – As cinco pontas de uma estrela”
Foto: Daniel Augusto Jr.

 

A data de lançamento não poderia ter sido outra: 16 de dezembro, aniversário do bicampeonato mundial conquistado pelo Corinthians – que também foi motivo de publicação de um livro por Daniel – , e da conquista do primeiro título Brasileiro, em 1990, que contou com uma foto exclusiva de Daniel do gol marcado na raça por Tupãnzinho.

Com o prefácio da jornalista Marília Ruiz, o livro ilustra detalhes do trabalho de Tite, em mais uma justa homenagem maior técnico da história alvinegra, desde sua primeira passagem pelo clube, em 2004, passando pelos cinco títulos conquistados nos últimos anos, sem deixar de lado família de Tite, seu grande pilar de sustentação. “Era uma história que precisava ser contada, do técnico que ganhou mais títulos no Corinthians”, resume o fotógrafo, em entrevista exclusiva ao Fut’N’Roll.

Nesse bate-papo, o fotógrafo contou bastidores da conquista do mundial no Japão, falou da personalidade de Tite e, para não perder o costume beatlemaniaco, definiu a música-tema para simbolizar a “Era Tite”.  Confira na íntegra:

TB – Mais uma vez, obrigado por atender ao Fut’N’Roll, para falar sobre o mais seu novo trabalho “Obrigado, Tite – As cinco pontas de uma estrela”. Todos os livros anteriores mostravam as campanhas vitoriosas do time em cada competição. Desta vez, você fez um resumo de toda a passagem do Tite no clube, desde 2004. Como foi resgatar essa história?

DJR – Primeiro foi prazerosa, emocionante. Ir lá atrás no HD buscar as fotos de 2004/2005 foi voltar no tempo. A Rose, mulher do Tite, ajudou com as fotos da família. E era uma história que precisava ser contada, do técnico que ganhou mais títulos no Corinthians.

 

TB – É diferente fazer um livro sobre um personagem específico?

DJR – Não, não é. Nós (foto) jornalistas temos que estar sempre prontos para contar uma boa história, e a do Tite é. A única diferença é que como se trata de um livro pessoal, você precisa ver se o homenageado gostaria de ter esse livro, não foi possível fazer uma surpresa. Mas quando falei para ele da minha ideia, seus olhos se encheram de lágrimas.

 

TB – Você já falou uma vez que a “foto que não tirou” no Mundial foi quando o Tite sentou-se com você e o Guilherme Prado para tomar um vinho antes da final. Conte esse episódio…

DJR – Estávamos no quarto em Yokohama, eu o Guilherme Prado, assessor de imprensa, trabalhando. De repente, o Tite bate na porta e pede licença para entrar para conversar com o Guilherme. Eu estava transmitindo as fotos do dia para o site do Corinthians e bebendo um bordeaux (vinho). Quando o Tite entrou, ofereci um copo, ele aceitou, e continuei trabalhando. De repente eu olho para trás, e lá estava ele, o futuro Bicampeão Mundial pelo Corinthians, sentado no chão, com as costas na minha cama e com os pés apoiados na cama do Gui. Num insight virei para pegar a câmera, mas não o fiz, porque, certamente, ia quebrar aquele momento de pura descontração. Mas a imagem ficou registrada para sempre na retina.

 

TB – Se fosse para definir a passagem do Tite pelo Corinthians em uma única foto do livro, qual seria?

DJR – É o exato momento em que o juiz turco, Cuneyt Cakir, termina o jogo em Yokohama. Aquele momento de explosão de alegria ficou marcado. A cereja do bolo estava comida.

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Bicampeonato Mundial completou um ano no dia do lançamento do livro.
Foto: Daniel Augusto Jr.

 

TB – Qual a música contaria a história dessa foto?

DJR – Foram três anos de muuuito trabalho estes últimos, do Tite, envolvendo muitos profissionais: assessores de imprensa, auxiliares técnicos, copeiros, cozinheiros, enfermeiros, fisioterapeutas, jardineiros, médicos, motoristas, nutricionista, preparadores físicos, roupeiros, seguranças e até um repórter fotográfico. Trabalho duro, diário, da diretoria, do gerente de futebol, do supervisor. Da contabilidade à TI. E agradecimento sempre à BB Editora, do Baroni Neto e sua trupe de talentos com Marcelo Souza à frente, que aceitou, novamente, o desafio de colocar nas mãos dos corinthianos, mais uma obra em tempo recorde.

Então, o melhor Beatles que eu encontro é “A Hard Days Night”.

 

Porque se deixar para o Tite escolher, ele iria direto em “All Together Now”.

 

TB – Ficou muito claro o carinho que todos no clube, na torcida e na diretoria sentem pelo Tite. Como é o Tite nos bastidores, que você acompanha diariamente?

DJR – O adjetivo que melhor define o Sr. Adenor “Tite” Bachi, é lealdade. Desde a diretoria até o mais humilde do funcionários, ele nos trata com a mesma cordialidade e educação. É uma pessoa que cativa sem fazer força para tal.

 

TB –  “Obrigado, Tite” pode ser encarado também como “Até Breve”?

DJR – Não sei, não diria nem isso nem o contrário. “Obrigado, Tite. As cinco pontas de uma estrela” é apenas uma homenagem a um profissional que, dentro do Corinthians, ganhou quase tudo que disputou. Se não ganhou tudo, é porque futebol é apenas um esporte e as torcidas precisam entender isso. Um esporte, onde um dia você pode ganhar, outro perder ou empatar. Simples. Apenas isso: um esporte.

TB – Valeu, Daniel! E a coluna também não cansa de homenagear Adenor, #eternamenTITE dentro dos nossos corações!

 

Junto com o livro de Daniel Augusto Jr., foi lançado no Parque São Jorge o livro “1990 – A raça e o talento do Corinthians conquistaram o Brasil”, de Ricardo Taves, Diego Salgado e Renato Nalesso, com visão inédita do título Brasileiro.
 

* Thiago Barbieri é jornalista e assina a coluna “Tabelinha com o Barba” no Fut ‘n’ Roll. No twitter, ele é o @ThBarbieri

2 pensamentos sobre “Tabelinha com o Barba – Passagem de Tite pelo Corinthians vira livro

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