Na verdade foi um final decepcionante para um campeonato decepcionante. Sim, teve a emoção habitual de toda decisão de campeonato argentino, afinal, quatro times chegaram na última rodada com chances de levantar o título do KIRCHNÃO 2013.
O San Lorenzo era o único que dependia apenas de si para ser campeão. Chegou à rodada decisiva com 32 pontos, dois a mais do que Lanús, Vélez e Newell’s Old Boys. A tabela ajudou, e as equipes se enfrentariam na última rodada, o San Lorenzo contra o Vélez, em Liniers, e o Lanús contra o Newell’s, em Rosario.
E, como era esperado, foram dois jogos muito equilibrados. Em Rosario, o Newell’s foi superior, sempre esteve em vantagem no placar, mas cedeu o empate ao bom time do Lanús, campeão da Copa Sul-Americana, e a partida terminou em 2 a 2.
Com isso, o Vélez precisava apenas de uma vitória em casa para ser campeão. E por isso mesmo passou mais tempo no ataque do que o San Lorenzo, que vinha de ótima campanha, mas decidiu ACADELAR o que seria um título antecipado com dois empates nas rodadas anteriores, contra o Atlético Rafaela e o Estudiantes. O time perdera a identidade adquirida durante o campeonato, especialmente com a recuperação e as boas atuações de Leandro Romagnoli, meia identificado com o clube, mas que não vinha de boas temporadas.
Mas a pressão para ganhar um título que todos consideravam impossível há cinco meses parece ter pesado. O time não era o mesmo e sofreu uma pressão terrível do Vélez. Tanto que o heroi do título, como a maioria é, foi improvável. O goleiro Torrico, de 33 anos, veio do Olimpo para suprir a necessidade do Ciclón em ter um bom goleiro. Irregular, como todo o time, apareceu na hora certa. Aos 42 minutos do segundo tempo, Torrico salvou uma chute fatal de Allione, em mais um momento de pressão do Vélez.
A grande defesa de Torrico decretou o zero a zero que bastava para o San Lorenzo comemorar mais um título nacional. Foi campeão com 33 pontos, oriundos de nove vitórias, seis empates e quatro derrotas. A pior campanha de um campeão desde que os torneios curtos foram instituídos na Argentina.
Mas o título também é um símbolo do renascimento do San Lorenzo. Com uma nova diretoria, começou um trabalho de renovação dentro e fora de campo. Que já rendeu o primeiro fruto, ainda com resquícios do caos das gestões anteriores, que quase culminaram em rebaixamento na temporada passada, mas dá sinais de que não irá se repetir tão cedo.
Como não poderia deixar de ser, existe também uma teoria supersticiosa sobre o título do San Lorenzo. O Ciclón é campeão argentino a cada seis anos de 1995. Venceu também em 2001, 2007 e agora em 2013. Alguns atribuem a conquista ao primeiro milagre do Papa Francisco, torcedor declarado do clube, e que deve ter feito um BUZINAÇO no Vaticano com o Papamóvel.