Foto: ESPN/BR
Discorrer sobre a crise do Palmeiras se tornou algo mais do que comum nos últimos anos. O século XXI tem sido extremamente cruel com o palmeirense, que precisa lidar com punições severas contínuas. Cenário pior do que uma execução inspirada na clássica ‘Divina Comédia’, de Dante Alighieri. O torcedor é a vítima inocente e o carrasco inexpugnável é a boa e velha diretoria esmeraldina, carcomida há muito tempo pela inaptidão.
No entanto, como é comum em todos os contextos engendrados pela desorganização e incompetência, aquilo que é classificado como a tragédia definitiva sempre se renova e aponta um novo horizonte tétrico. O despreparo é um dos agentes mais eficientes para organizar o caos.
Tanto que na atual conjuntura palmeirense a crise fica evidenciada nos detalhes e no ponto nevrálgico. Goiás 6 x 0 Palmeiras. A maior goleada sofrida em um Campeonato Brasileiro. Lanterna da competição. Chances reais e preocupantes de rebaixamento no ano do centenário, depois do acesso em 2013. O terceiro descenso colocaria a Sociedade Esportiva Palmeiras como o clube grande com mais quedas para a Segunda Divisão.
Entrar nos méritos do trabalho de Dorival Júnior (ainda é cedo, mas algumas opções técnicas e táticas já precisam ser revistas pelo treinador) e da diretoria, representada nas figuras de Paulo Nobre e José Carlos Brunoro, é realizar um exercício de repetição que vai seguir por caminhos tortuosos devidamente conhecidos.
Já está mais do que comprovado que a incompetência é uma doença crônica que está corroendo o Palmeiras de uma forma devastadora e nefasta. A perduração de tamanha leviandade já começa a indicar que o clube de Palestra Itália corre o sério de risco de conviver com a alternância entre Séries A e B nos anos vindouros. E tal fato indubitavelmente pode piorar. E muito.
O preocupante é tentar dimensionar o que ainda precisa acontecer com a SEP para as ditas mentes pensantes entenderem, de uma vez por todas, que uma profunda reformulação precisa ser efetuada para que o conceito sobre o Palmeiras do passado não sofra uma ruptura com a concepção sobre o Palmeiras atual e do futuro (principalmente).