Futebol

Tabelinha com o Barba – Qual Espanha o Brasil vai enfrentar domingo?

O novo (e caro) Maracanã começa a escrever sua história no que diz respeito a jogos memoráveis. Assim como o antigo Maraca fora em 1950, o “MaracanãX” será o palco de uma final de Copa do Mundo, em 2014. Antes disso, no próximo domingo, o principal templo do nosso futebol vai receber um duelo que há alguns anos é esperado: Brasil e Espanha vão decidir o título da Copa das Confederações, também chamada nesta edição de Copa das Manifestações.

Taça Copa Confederacoes/ Foto:Getty Images

Taça Copa Confederacoes/ Foto:Getty Images

O Brasil chega para o confronto com o moral lá no alto, ganhou os últimos cinco jogos, sendo três deles contra campeões do mundo (França, Itália e Uruguai). As estrelas de Neymar, Paulinho, Fred, Júlio César e Cia brilharam nessa competição. Muito graças ao trabalho de Felipão e Parreira. A dupla, que assumiu o comando da seleção após dois anos de trabalho sem grandes resultados de Mano Menezes, já conseguiu uma boa evolução na formação do grupo para o mundial do ano que vem e reconquistou o apoio da torcida, que há muito tempo não vibrava nos estádios com o time canarinho como se tem visto nesta competição. O time-base já tem um padrão de jogo mais definido, apesar de ainda não ser o futebol dos nossos sonhos. A chamada “espinha dorsal” do time já está consolidada. É preciso ainda melhorar a marcação adiantada, as finalizações de fora e a criação de jogadas ofensivas, que hoje dependem, em grande parte, dos pés de Paulinho e Neymar.

A Espanha, atual campeã do mundo e bicampeã da Europa, tem um grupo formado há alguns anos, numa mistura de Barcelona e Real Madri, com alguns gatos pingados de outros times. O futebol apresentado pela Fúria é o de toque de bola rápido, movimentação intensa, que chega a cansar os torcedores e ao mesmo tempo hipnotiza as defesas adversárias, que acabam abrindo espaço para as tabelas dos Rojos. Nesta Copa das Confederações, a seleção espanhola não tem encantado tanto, mas tem sido eficiente.

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Classificação para a final veio nas penalidades/ Foto: André Durão Globoesporte.com

Nesta quarta-feira, o time enfrentou a Itália, na reedição da final da Eurocopa, e foi surpreendida. A Azzurra entoru em campo ligada nos 220 e fez a Espanha provar do próprio veneno. A marcação pressão dos italianos sufocava o meio-campo espanhol, que não conseguia criar. O ataque italiano sentiu a falta de Balottelli, que havia se machucado contra o Brasil e ficou fora da semifinal, e desperdiçou muitas oportunidades, dando trabalho a Casillas. No segundo tempo, os dois times sentiram o calor do Nordeste e caíram de produção. A Espanha melhorou um pouco e quase marcou com Piqué, que se lançou ao ataque, por três vezes. As duas equipes pareciam resignadas com 0 a 0 e foram para a prorrogação. A Itália começou com tudo de novo e logo no primeiro lance carimbou a trave de Casillas, mas no fim ninguém marcou e a disputa foi para os pênaltis. Na primeira rodada todos os jogadores acertaram as cobranças. Nas alternadas, quando estava seis a seis,  Bonucci isolou e Jesús Navas marcou, colocando a Espanha na decisão.

Foto: Reuters

Foto: Reuters

Depois de 120 minutos de jogo sob calor intenso, a disputa de pênaltis desgastante e a viagem que o time terá de fazer até o Rio de Janeiro, é difícil imaginar qual será a Espanha que o Brasil vai enfrentar no domingo, se vai ser aquele time de toque de bola envolvente, ou se vai ser um time que aceitará a marcação adversária e não correrá muito para não se cansar rápido e que mostrou não ser imbatível. Claro que em uma decisão todos os atletas se superam, mas o ambiente é mais favorável à seleção brasileira. E o temido Maracanazo  pode virar “Maracanaxo” com a conquista do Brasil.

* Thiago Barbieri é jornalista e assina a coluna “Tabelinha com o Barba” no Fut ‘n’ Roll. No twitter, ele é o @ThBarbieri

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